As vendas do varejo caíram 1,6% em março e, no digital, a queda foi ainda mais forte (12,8%). É o que um levantamento feito pela Stone, uma das principais plataformas de pagamento do país.
O estudo, que acompanha mensalmente a movimentação do comércio físico e na internet, mostra uma tendência de queda que se acentua desde o fim do ano passado. No acumulado em 12 meses até março, a queda foi de 1,8%.
No mês passado, somente o setor supermercadista apresentou bom desempenho (alta de 2,2%). Os sete demais setores pesquisados viram retração nas vendas. Foram eles: materiais de construção (5,5%); tecidos, vestuário e calçados (3,4%); móveis e eletrodomésticos (2,7%); artigos de uso pessoal e doméstico (2%); artigos Farmacêuticos (1,9%); livros, jornais, revistas e papelaria (0,3%); combustíveis e lubrificantes (0,1%).
Sete estados cresceram em vendas —Acre (2,1%), Pará (1,7%), Goiás (1%), Roraima (0,8%), Piauí (0,6%), Sergipe (0,5%) e Amazonas (0,3%)— e 17 tiveram queda –Rio Grande do Sul (8,2%), seguido por Rondônia (5,5%), Rio Grande do Norte (5,2%), Mato Grosso do Sul (4,8%), Pernambuco (3,7%), Santa Catarina (3,4%), Distrito Federal e Paraná (2,9%), Bahia (2,7%), Ceará (2,4%), Minas Gerais (2,2%), Tocantins (2%), Espírito Santo e Alagoas (1,7%), Mato Grosso e São Paulo (1,4%), Paraíba (0,5%) e Amapá (0,4%).
Maranhão foi o único que reportou estabilidade.
Pressão inflacionária
“O mercado de trabalho continua mostrando força, mas já dá sinais de desaceleração, principalmente no setor informal”, disse Matheus Calvelli, pesquisador econômico e cientista de dados da Stone.
“A taxa de desemprego subiu entre dezembro e fevereiro, enquanto o mercado formal surpreendeu positivamente com a criação de quase 200 mil vagas, segundo dados do Caged. Esse cenário acaba mantendo a pressão sobre a inflação. Ao mesmo tempo, as famílias estão mais endividadas. Esse aperto no orçamento, somado à inflação, tem pesado no consumo e ajuda a explicar a desaceleração do varejo nos últimos quatro meses.”
O índice de vendas da Stone mapeia dados de pequenos, médios e grandes varejistas tendo como base a metodologia proposta pelo time de Consumer Finance do Federal Reserve Board (FED), que idealizou um modelo de indicador econômico similar nos EUA. São consideradas as operações via cartões, voucher e Pix dentro do grupo StoneCo.
Com Stéfanie Rigamonti
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