O Canadá “continuará em guerra comercial” com os Estados Unidos mesmo que haja “pausas” nas tarifas americanas, disse o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, nesta quinta-feira (6), um dia após o que ele descreveu como um telefonema “pitoresco” com o presidente americano, Donald Trump.
“Nosso objetivo continua sendo a eliminação dessas tarifas, de todas as tarifas”, acrescentou, chamando-as mais uma vez de “injustificadas”, mas acrescentando que as negociações com o governo americano ainda estão em andamento.
Nesta quinta, Trump anunciou uma suspensão das tarifas até 2 de abril para produtos do México que se enquadrem no USMCA (Acordo Estados Unidos-México-Canadá), mas não mencionou alívios para o Canadá.
Trump já havia recuado nesta quarta-feira com a suspensão das tarifas para montadoras que estejam de acordo com os termos do USMCA. Um funcionário do alto escalão do governo canadense disse à Bloomberg, no mesmo dia, que Trudeau não estaria disposto a suspender todo o pacote de tarifas de retaliação do Canadá se Trump mantivesse qualquer tarifa sobre produtos do país.
O governo de Trudeau respondeu às tarifas de 35% sobre importações canadenses impostas na terça-feira com tarifas sobre 30 bilhões de dólares canadenses (US$ 20,8 bilhões) em produtos dos EUA, incluindo cosméticos, pneus, frutas e vinho.
Também nesta quarta-feira, o Canadá apresentou oficialmente uma queixa à OMC (Organização Mundial do Comércio) contra as impostas pelos americanos.
“Solicitei consultas à OMC com o Governo dos Estados Unidos sobre as tarifas injustificadas ao Canadá”, afirmou a embaixadora canadense na OMC, Nadia Theodore, em uma mensagem publicada no LinkedIn na terça-feira (4). “A decisão dos Estados Unidos não nos deixa outra opção”, afirmou.