Sim, existe vida além do ácido retinóico. Apesar de ter se tornado um queridinho no mundo do skincare, ele não é o único aliado possível na hora de cuidar da pele.
Mais do que seguir tendências, é preciso avaliar se o tratamento é eficaz para determinado tipo de pele. O ácido retinóico pode ser agressivo demais para algumas pessoas, por isso, é importante conhecer alternativas que desempenhem funções semelhantes, inclusive seus derivados.
O que é o ácido retinóico?
O ácido retinóico é um retinoide derivado da vitamina A, também conhecido como tretinoína —uma forma ácida da vitamina.
Ele é amplamente utilizado no tratamento de peles envelhecidas, seja pelo tempo (envelhecimento cronológico) ou pela exposição solar (fotoenvelhecimento), sendo um dos ativos mais populares em tratamentos de rejuvenescimento domiciliar. Estimula a produção de colágeno e elastina, além de acelerar a renovação celular. Isso contribui para a melhora da textura da pele, atenuação de linhas finas, clareamento de manchas e tratamento da acne.
Efeitos colaterais
Apesar de seus benefícios, o ácido retinóico pode causar vermelhidão, descamação e afinamento da pele. Além disso, é fotossensível, ou seja, pode aumentar a sensibilidade ao sol e provocar manchas. Por esse motivo, seu uso é indicado apenas à noite, com prescrição médica.
Outro ponto importante é a quantidade: o excesso pode levar à dermatite irritativa de contato. Ele não deve ser combinado com outros ácidos e não deve ser usado continuamente, sem pausas.
O uso deve ser feito progressivamente: comece com duas vezes por semana, depois noites alternadas. Se não houver irritação, pode-se evoluir para o uso diário.
Pessoas com pele sensível, rosácea ou histórico de dermatite devem evitá-lo, pois há risco de sensibilização. É proibido para gestantes e lactantes, já que pode afetar negativamente o desenvolvimento do bebê.
Quais são os derivados do ácido retinóico?
Existem outros retinoides —compostos da vitamina A— que são menos potentes e mais bem tolerados:
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Retinol: é uma forma não ativa que precisa ser convertida pela pele em retinaldeído (ou retinal) e, em seguida, em ácido retinóico. Esse processo faz com que o retinol seja mais suave e menos irritante.
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Retinal (ou retinaldeído): é o precursor direto do ácido retinóico, portanto mais potente que o retinol, mas ainda menos agressivo que a tretinoína.
O uso deve ser feito progressivamente: comece com duas vezes por semana, depois noites alternadas. Se não houver irritação, pode-se evoluir para o uso diário.
Dica da dermatologista: quem tem pele sensível ou ressecada pode aplicar o retinol por cima do hidratante, reduzindo o risco de irritação, afirma Paola Pomerantzeff, dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD).
Como substituir?
Considerando a potência do ácido retinóico e sua agressividade para certas peles, há outras alternativas —além dos retinoides menos potentes— que podem ser mais adequadas para peles sensíveis:
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Ácido glicólico: promove renovação celular, uniformiza o tom da pele, reduz manchas e linhas finas. Atua como um peeling químico suave. É um alfa-hidroxiácido (AHA), geralmente derivado de frutas e plantas.
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Ácido azelaico: possui ação despigmentante (combate manchas escuras e melasma), trata acne e rosácea e desobstrui os poros. Seguro para gestantes, é uma excelente opção nesse período.
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Ácido lático: também um AHA, é considerado o menos agressivo da categoria. Esfolia quimicamente e tem alto poder hidratante.
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Adapaleno: é um retinoide de terceira geração, com menor potencial de irritação, ideal para peles jovens e sensíveis. Possui ação anti-idade e estimula o colágeno, mas atua de forma intracelular, sem promover esfoliação superficial. A marca Creamy, por exemplo, lançou um sérum com adapaleno de liberação gradual.
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Retinol-like (Bakuchiol): ativo vegetal que imita os efeitos do retinol. Estimula colágeno, uniformiza o tom da pele, combate sinais de envelhecimento e acne, sem causar fotossensibilidade. É uma opção segura para uso diurno. Marcas como Simple Organic e Océane oferecem produtos com esse ingrediente.
Fonte: Paola Pomerantzeff, dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD).
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