A fabricante chilena de celulose e painéis de madeira Arauco lançou nesta quarta-feira (9) a pedra fundamental de uma nova fábrica no Brasil, na cidade de Inocência, em Mato Grosso do Sul. A unidade está recebendo um investimento de US$ 4,6 bilhões (R$ 25 bilhões).
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, participou do lançamento, na função de presidente em exercício. Lula está em Honduras, onde participa da IX Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).
Na segunda-feira (7), Lula esteve no anúncio da farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, que vai investir R$ 6,4 bilhões na expansão da sua unidade em Montes Claros (MG). No mesmo dia, também participou do anúncio do Mercado Livre, que investirá R$ 34 bilhões no Brasil neste ano.
“Nós tivemos só nessa semana, nesses três dias, segunda, terça e quarta, R$ 65,4 bilhões de investimentos confirmados no Brasil. Porque o país tem estabilidade, previsibilidade e, com a reforma tributária, eficiência econômica, que impulsiona investimento”, disse Alckmin, durante entrevista a jornalistas nesta quarta.
Em seu discurso na Arauco, Alckmin citou programas do governo federal, como o Nova Indústria Brasil, e das possibilidades de financiamento com taxas de juros especiais.
“Em 2022, o Brasil estava em 70º lugar no mundo na indústria. O ano passado, 25º lugar. Nós ganhamos 45 posições no ranking da indústria do mundo. Só a indústria automobilística cresceu no mundo 2% e, no Brasil, cresceu 9,7%”, discursou o ministro.
Questionado por jornalistas sobre as tarifas globais impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o ministro afirmou que o governo vai trabalhar para tentar reduzir a alíquota anunciada para o Brasil, de 10%.
“O Brasil ficou com a menor tarifa, mas nós entendemos que não deveria ter. O caminho é o diálogo, da negociação”, disse Alckmin.
A Arauco já está presente no Brasil, com cinco unidades industriais no Paraná e no Rio Grande do Sul, duas unidades florestais no Mato Grosso do Sul e três unidades corporativas, em São Paulo e em Curitiba. A empresa tem unidades em outros dez países.
A etapa de terraplanagem da nova fábrica no Mato Grosso do Sul começou em 2024 e a previsão é que ela entre em operação no final de 2027. De acordo com a Arauco, trata-se do maior investimento da história da companhia.
O investimento, chamado Projeto Sucuriú, inclui a construção de uma planta com capacidade de produção de 3,5 milhões de toneladas de fibra curta de celulose ao ano. A finlandesa Valmet será a parceira tecnológica e de equipamentos para a instalação da fábrica.
O projeto prevê ainda a produção de eletricidade em um ciclo completo, com capacidade de geração superior a 400 megawatts. Metade da produção deve atender à demanda de consumo interno. O excedente será fornecido ao sistema de comercialização de energia elétrica nacional.
A fábrica ficará em uma área de 3.500 hectares, a 50 quilômetros do centro da cidade de Inocência, e na margem esquerda do Rio Sucuriú. Ela ficará próxima do Rio Paraná, da rodovia (MS-377) e da malha ferroviária, o que facilita o escoamento da celulose para exportação e mercado interno.
A Arauco também destaca que o Mato Grosso do Sul tem clima favorável à plantação de eucalipto. Segundo a empresa, a árvore nesta região demora cerca de sete anos para crescer e atingir o ponto ideal de corte, contra 12 anos no Chile, por exemplo.
A empresa diz ainda que vai oferecer capacitação e gerar até 14 mil vagas de trabalho ao longo da obra. Depois da construção, o Projeto Sucuriú prevê cerca de 6 mil empregos.