A Azul informou, nesta segunda-feira (14), que irá realizar uma oferta pública de ações como parte do processo de reestruturação financeira.
O “follow-on” (oferta subsequente, no jargão) será primário, isto é, colocará à disposição do mercado novos papéis. Serão ofertadas 450 milhões de ações inicialmente, mas o montante total poderá chegar a até 697,9 milhões caso haja demanda.
O valor de cada papel foi fixado em R$ 3,58. Com isso, a operação pode movimentar de R$ 1,6 bilhão, considerando o volume inicial de ações disponibilizado, a R$ 4,1 bilhões. Como vantagem adicional aos investidores, será concedido um bônus de subscrição para cada ação subscrita.
As ações da companhia aérea dispararam 12% em resposta ao anúncio e fecharam a R$ 3,37. O Ibovespa, por sua vez, avançou 1,38%, a 129.453 pontos.
A oferta já foi protocolada junto à CVM (Comissão de Valores Mobiliários). A expectativa é que o follow-on, coordenado pelo UBS BB, BTG Pactual e Citigroup, seja anunciado em 23 de abril, com início das negociações no dia 25.
O objetivo, segundo informou a Azul em comunicado ao mercado, é “obter novos recursos financeiros para a companhia, contribuindo para melhorar a sua futura estrutura de capital e aumentar a liquidez”.
Além disso, a operação visa possibilitar a equitização obrigatória de parte das notas de cupom de 11,5%, com vencimento em 2029, e de cupom de 10,875%, com vencimento em 2030. “A equitização será implementada por meio da troca obrigatória de parte do valor do principal das notas por ação (inclusive na forma de ADRs) emitidas por meio da oferta”, informa a Azul.
A companhia anunciou fusão com a rival Gol em janeiro de 2025, ainda sujeita à aprovação. A união das duas companhias aéreas pode concentrar uma fatia de 60% do mercado doméstico de transporte aéreo de passageiros, o que exige o aval do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
A Azul não registra lucro anual desde 2019, ao passo que a Gol está em recuperação judicial nos Estados Unidos (“Chapter 11”).