Uma juíza federal certificou nesta sexta-feira (7) uma ação coletiva que acusa a Boeing de priorizar o lucro em detrimento da segurança e de superestimar seu compromisso com a segurança de aeronaves, antes do incidente de janeiro de 2024, quando um pedaço da fuselagem de um 737 MAX 9 da Alaska Airlines se soltou em pleno voo.
A juíza distrital dos Estados Unidos Leonie Brinkema, em Alexandria, Virgínia, disse que os acionistas liderados pelo tesoureiro do Estado de Rhode Island que detiam ações da Boeing entre 7 de janeiro de 2021 e 8 de janeiro de 2024 podem entrar com um processo coletivo por danos.
O painel de uma janela de avião da Alaska Airlines modelo Boeing 737 Max 9 se rompeu durante o voo em 5 de janeiro de 2024, obrigando a aeronave com 171 passageiros e 6 tripulantes a reduzir sua altitude e fazer um pouso de emergência.
Imagens nas redes sociais mostraram passageiros utilizando máscaras de oxigênio e um dos painéis da lateral esquerda do avião aberto. Não houve feridos no episódio, e relatos apontam que o assento ao lado do painel que se soltou estava desocupado.
Fotografias de passageiros mostraram que a área afetada estava na parte do meio para trás do avião, depois da asa e das turbinas. A seção da fuselagem que se soltou parece ser de um local que costuma conter saídas de emergência, mas a Alaska Airlines não usa esse espaço para isso, e o local continha uma janela, em frente a um assento comum.
Após o ocorrido, a companhia americana suspendeu 65 jatos que possui do modelo Boeing 737 Max 9 para verificações de segurança. O modelo já apresentou problemas que resultaram em acidentes com centenas de mortes na Etiópia e na Indonésia, em 2018 e 2019.
O voo da Alaska Airlines havia atingido 4.800 metros de altitude com destino à cidade de Ontario, na Califórnia, antes de retornar a Portland, no estado do Oregon, onde pousou em segurança. “Gostaríamos de descer”, disse o piloto ao controle de tráfego aéreo, de acordo com uma gravação publicada no site liveatc.net, que transmite áudios de controle de tráfego aéreo.
Horas depois, os passageiros do voo receberam um email da companhia aérea oferecendo reembolso pela passagem e US$ 1.500 (cerca de R$ 7.300) “para ajudar com qualquer inconveniência”.
A empresa também disponibilizou acesso a serviços de saúde mental e sessões de terapia na plataforma Empathia.