A Victoria’s Secret interrompeu sua meta de promoção para trabalhadores negros e alterou a linguagem sobre DEI (diversidade, equidade e inclusão), juntando-se a uma onda de empresas que estão mudando suas políticas enquanto o governo dos EUA e ativistas conservadores atacam metas de representação corporativa.
A varejista de lingerie substituiu referências aos esforços de DEI por textos sobre “inclusão e pertencimento” em seu site. Uma seção sobre diversidade de fornecedores também foi removida.
A diretora-executiva da marca, Hillary Super, disse aos funcionários em um memorando que a Victoria’s Secret continuará “a garantir que nossa equipe global seja inclusiva com uma ampla gama de origens, experiências e perspectivas.” Ela também prometeu “uma cultura de justiça e oportunidade para todos.”
Os esforços de diversidade na Victoria’s Secret têm chamado a atenção depois que a empresa enfrentou denúncias de má conduta sexual e relatos de que modelos e executivas foram intimidadas e assediadas. A empresa também foi criticada por oferecer opções restritas de tamanhos.
Em resposta a um processo por má conduta no local de trabalho em 2021, a empresa prometeu investir US$ 45 milhões em iniciativas relacionadas ao DEI ao longo de pelo menos cinco anos, com sua então empresa irmã, Bath & Body Works, prometendo o mesmo valor.
No ano seguinte, a Victoria’s Secret anunciou trabalho conjunto com o Fifteen Percent Pledge —uma organização que pede aos varejistas que dediquem 15% do espaço nas prateleiras para atender aos negros, já que este é o contingente de negros na população dos EUA.
Um representante da Victoria’s Secret disse que a empresa ainda está trabalhando com o Fifteen Percent Pledge, mas está interrompendo sua meta de promover uma porcentagem específica de trabalhadores negros e está fazendo uma reavaliação em relação aos fornecedores.
A varejista segue os passos de empresas como Citigroup, Target, Meta e Walmart que também deixaram a política do DEI em meio a críticas de Donald Trump, que atacou essas metas e assinou uma ordem executiva destinada a acabar com políticas que alega ser “discriminação ilegal”. Várias de suas ordens sobre o tema são questionadas nos tribunais.
As ações da Victoria’s Secret, que nomeou Super como CEO no ano passado, caíram 44% desde o início do ano até o fechamento da última terça-feira (4).