O Dia Mundial da Saúde Bucal, comemorado nesta quinta-feira (20), coincide com o momento em que o enxaguante bucal está mais popular do que nunca, despertando um interesse recorde entre os brasileiros.
Dados do Google Trends mostram que as buscas pelo produto atingiram seu maior pico em fevereiro deste ano, após o lançamento do enxaguante sabor minhocas, fruto de uma parceria entre a Cimed e a Fini. O período compreende desde 2004, quando começou a série histórica da plataforma.
Além disso, outro aumento nas buscas foi registrado em dezembro do ano passado, relacionado à mesma tendência, quando a empresa anunciou a primeira colaboração com a Fini nessa linha de produtos.
Esse crescente interesse por enxaguante, no entanto, teve início em novembro de 2020, quando as buscas aumentaram devido à associação de seu uso no combate ao coronavírus. Naquele período, reportagem da Folha ressaltou que não havia comprovação científica sobre a eficácia do produto para esse fim.
Para que serve o enxaguante bucal?
O enxaguante é um complemento à higiene oral, devendo ser usado após a escovação e o fio dental. Seu objetivo é auxiliar no controle das bactérias presentes na cavidade oral.
A dentista Elaine Escobar, integrante da câmara técnica de periodontia do CRO-SP (Conselho Regional de Odontologia de São Paulo), diz que os de uso diário, como os que contêm óleos essenciais (timol, eucaliptol, mentol, salicilato de metila) ou CPC (cloreto de cetilpiridínio), trazem benefícios no controle das bactérias causadoras de doenças periodontais e na inflamação gengival.
Por outro lado, os enxaguantes de uso esporádico, como os que contêm clorexidina, não devem ser usados todos os dias devido aos seus potenciais efeitos colaterais (síndrome de ardência bucal, alteração do paladar, escurecimento da superfície dentária, descamação oral), afirma Escobar, que também é gestora nacional de pesquisa da Ânima Educação.
Eles são indicados por um período mais curto em situações específicas, como durante um tratamento periodontal.
Também é importante nunca engolir o enxaguante, pois ele não é feito para ser ingerido. A ingestão, especialmente de forma regular, pode causar problemas de saúde, como gastrite. É fundamental utilizar o enxaguante bucal apenas para bochechar e, em seguida, cuspir o produto.
Enxaguantes com álcool têm uma ação antimicrobiana um pouco mais forte porque o álcool ajuda a extrair os óleos essenciais, aumentando a concentração desses ingredientes. No entanto, Escobar alerta que esses produtos não são recomendados para crianças, pacientes em tratamento de quimioterapia com mucosite bucal, alcoólatras em tratamento e fumantes.
Por outro lado, os enxaguantes sem álcool também são eficazes, embora com uma ação um pouco mais suave na redução das bactérias. Para pessoas sem problemas periodontais, a dentista Renata Sanchez, mestre em periodontia e doutora em implantodontia, recomenda o uso de enxaguantes sem álcool para a rotina diária de higiene bucal.
O enxaguante bucal é eficaz contra halitose?
Sanchez diz que o enxaguante pode combater o mau hálito, especialmente quando ele é causado pela presença de bactérias na boca. No entanto, às vezes o problema não é bucal. Pode ser que causado por refluxo gástrico, por exemplo.
Crianças podem usar enxaguante bucal?
Crianças podem usar enxaguante bucal, desde que seja um produto sem álcool, formulado à base de flúor para auxiliar na prevenção da cárie, e que possuam o desenvolvimento motor necessário para bochechar e cuspir. Além disso, o uso deve ser indicado por um odontopediatra, considerando as necessidades específicas de saúde bucal da criança.