O FMI (Fundo Monetário Internacional) confirmou nesta terça-feira (8) que chegou a um acordo com a Argentina em nível técnico sobre uma linha de crédito estendida de 48 meses, totalizando US$ 20 bilhões (R$ 119,8 bilhões).
O FMI disse que o acordo está sujeito à aprovação de seu conselho executivo e “se baseia no impressionante progresso inicial das autoridades na estabilização da economia, sustentado por uma forte âncora fiscal, que está proporcionando uma rápida desinflação e uma recuperação da atividade e dos indicadores sociais”.
Desde seu primeiro resgate em 1958, a Argentina se tornou o cliente mais difícil do fundo, acumulando dívidas intermináveis, que agora somam US$ 41 bilhões (R$ 239 bilhões, ou 28% de todos os empréstimos do FMI). O primeiro acordo do presidente Javier Milei será o 23º da história da Argentina.
O FMI costuma elogiar as reformas empreendidas pelo presidente ultraliberal argentino, que quer dinheiro novo para fortalecer as reservas do Banco Central Argentino (BCRA), que faz crescentes intervenções no câmbio para sustentar o peso, e pagar obrigações do Programa de Facilidades Estendidas de 2022 do próprio FMI, em um contexto de nervosismo nos mercados.
Com o objetivo declarado de combater a inflação e sanear as contas públicas, Milei aplicou um ajuste desde que chegou ao poder em dezembro de 2023, que o FMI vê com bons olhos.
O argentino cortou os gastos em 5% do PIB (Produto Interno Bruto) e reduziu a burocracia desde que assumiu o cargo no final de 2023. Ao fazer isso, transformou um déficit fiscal em superávit, mas reduziu fortemente a atividade econômica —o PIB da Argentina encolheu 1,7% em 2024 em comparação com o ano anterior. No entanto, como ele também domou a inflação, suas taxas de aprovação permanecem sólidas.
O anúncio não esclarece a quantia do primeiro desembolso quando o acordo for aprovado oficialmente. Buenos Aires quer mais de 40% do total.