A Gol anunciou nesta segunda-feira (7) que concluiu uma série de negociações com a Boeing em meio a um processo de recuperação judicial que enfrenta nos Estados Unidos. Atualmente, a companhia aérea possui pedidos para 91 aeronaves Boeing 737 MAX.
Aprovado pelo Tribunal de Falências dos Estados Unidos para o Distrito Sul de Nova York, o acordo proporciona benefícios “significativos” para a Gol, segundo o comunicado de fato relevante ao mercado, e pode envolver termos de pagamento ou entrega que ajudam a companhia a manter suas operações sem comprometer financeiramente seu futuro.
“A conclusão das negociações com a Boeing representa mais um marco nos objetivos gerais de reestruturação da Gol”, disse a empresa no comunicado.
A companhia entrou em Chapter 11, um procedimento de recuperação judicial nos Estados Unidos que permite que empresas em dificuldades financeiras reorganizem suas dívidas sob proteção da lei enquanto seguem operando.
Com a conclusão desse acordo com a Boeing e uma Transação Tributária anterior, a Gol pode aumentar o capital distribuído aos seus credores quirografários gerais para pelo menos US$ 235 milhões (R$ 1,3 bilhão), com a possibilidade de aumentar esse valor dependendo de futuras negociações.
Credores quirografários são aqueles que têm dívidas não garantidas por garantias específicas, o que geralmente significa que correm mais risco de não receber em caso de falência da empresa.
Além disso, a Gol planeja reduzir seu endividamento, convertendo ou extinguindo aproximadamente US$ 1,7 bilhão de sua dívida financiada antes do início do procedimento de Chapter 11 e até aproximadamente US$ 850 milhões de outras obrigações.
Esse esforço de redução de passivos visa melhorar o perfil de dívida da empresa, além de sua saúde financeira e atratividade para investimentos futuros. Em janeiro, a empresa anunciou acordo de fusão com a Azul, negócio que ainda está pendente da aprovação de órgãos reguladores.