No começo de “O.O”, single de estreia, as integrantes do Nmixx cantam e fazem rap num tom mais agressivo, sob batidas de baixo pesado e EDM. No meio da música, tomam outro rumo: cantam sorrindo ao som de pop rock. Ao minuto 2:12, a canção retorna ao clima sombrio inicial.
Com esse estilo de misturar gêneros diferentes na mesma música, cunhado com o termo “mixxpop”, o grupo de k-pop fincou sua marca no pop da Coreia do Sul. Celebrando três anos de carreira neste mês, elas vêm ao Brasil pela primeira vez para show nesta sexta (28).
Numa indústria tão concorrida, com dezenas de artistas debutando a cada ano, Kyujin acredita que é esse jeito experimental o ponto forte do Nmixx e o que as diferencia. Aos 18 anos, ela é a mais nova do sexteto, formado ao lado de Haewon, Lily, Sullyoon, Bae e Jiwoo.
A mudança brusca na mesma canção, geralmente anunciada com a frase “Nmixx, change up!”, no entanto, não agradou parte do público, sobretudo na estreia. Para quem ainda está se acostumando com o estilo do grupo, Bae recomenda experimentar ouvir e escolher o gênero que mais gostou.
Mas foi justamente com uma música mais comercial, “Love me Like This”, lançada em março de 2023, que o sexteto ganhou seu primeiro prêmio em programas coreanos e deslanchou. O single se mantém num único gênero e destaca o lado vocal —até as rappers passaram a cantar mais.
O Nmixx entrou numa nova fase e ganhou reconhecimento como um grupo com bons vocais ao vivo, depois que vídeos viralizaram mostrando as integrantes alcançando notas altas sem uso de playback, ferramenta tão comum no k-pop.
As jovens com idades entre 18 e 22 anos tiveram aulas intensivas de canto quando eram trainees numa das maiores empresas da indústria coreana, a JYP. O dono, J.Y. Park, equipara o treinamento dos artistas ao de atletas olímpicos e escolhe a dedo quem tem a chance de debutar. Até por isso, o debut do Nmixx era aguardado com expectativa.
“Queremos focar em transmitir a nossa mensagem por meio do vocal”, afirma a líder Haewon, que desde os quatro anos gosta de cantar e acompanhar os grupos de k-pop.
Os vocais de Lily, única estrangeira do sexteto –ela nasceu na Austrália– chamaram a atenção de Pabllo Vittar, mega fã de k-pop. A australiana é sua “ultimate bias”, a artista favorita entre todos.
“Fiquei tão honrada quando ela disse que sou a favorita dela, tipo, você está zoando? Você também é minha favorita”, diz Lily. “Ela é uma figura tão icônica no Brasil. As músicas e performances são incríveis, acho que o estilo dela combinaria com o Nmixx.” Questionada sobre a chance de fazer uma canção com Pabllo, ela responde que seria incrível. “No futuro, se possível, eu amaria fazer uma colaboração ou estar no palco com ela. Seria muito divertido.”
Em outra aproximação com o Brasil, Bae diz que gostaria de fazer uma música com axé, depois de testarem vários gêneros com o “mixxpop”. “Acho que criaria um clima de festival com os fãs”, diz.
Antes de visitarem o país pela primeira vez, elas já tinham ouvido falar sobre o futebol, Carnaval e samba. “Mas infelizmente não vamos conseguir vivenciar isso”, diz Haewon, por causa do tempo curto por aqui. “Mas vamos vivenciar a energia dos fãs”, diz Bae. Já Lily cita a floresta amazônica. “Gosto muito da flora e da fauna, amaria fazer um tour um dia. Talvez seja um pouco denso, mas acho que seria incrível.”
Sobre o show em São Paulo, a australiana diz: “Trabalhamos duro para deixar nossos vocais, danças e habilidades de performance em ótima forma. O Brasil é muito famoso por seus fãs apaixonados e suas plateias incríveis, então não queremos deixá-los decepcionados”. “Esperamos voltar mais para frente”, completa Sullyoon.
Ainda há ingressos disponíveis, incluindo pacotes com benefícios que aproximam os Nswers, como são chamados seus fãs, das seis cantoras.
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