O preço dos ovos de Páscoa pode variar até 58,27% entre supermercados da capital paulista, segundo levantamento realizado pelo Procon-SP. A pesquisa, feita nos dias 25 e 26 de março, também identificou diferenças significativas em itens tradicionais do almoço da Sexta-Feira Santa, como pescados, azeites e legumes.
A maior variação foi registrada na cebola a granel, com diferença de 285,71% entre os estabelecimentos. Já entre os pescados congelados, o filé de tilápia apresentou oscilação de 88,83% no preço: o pacote de 800 g da marca Copacol custava R$ 65,90 no Pão de Açúcar, enquanto no Assaí era vendido por R$ 34,90.
No caso dos ovos de Páscoa, o Ouro Branco de 359 g, da Lacta, foi encontrado por R$ 90,20 no supermercado Pastorinho e por R$ 56,99 no Sonda — uma diferença de mais de R$ 33. Já entre os pescados, o quilo do bacalhau Zarbo apresentou maior variação: custava R$ 76,90 no Sonda, o preço mais alto entre os mercados pesquisados, e R$ 49,90 no supermercado Chama, o mais barato.
Em nota, o Sonda diz que reforça seu compromisso com a transparência e o respeito ao consumidor.
“Nosso trabalho é contínuo para oferecer qualidade, variedade e competitividade de preços, sempre buscando o melhor custo-benefício para os nossos clientes”, afirma o mercado. A Folha entrou em contato com todos os outros mercados avaliados na pesquisa, mas não obteve resposta até a publicação deste texto. A pesquisa completa pode ser consultada neste link.
Além dos ovos de chocolate, também foram avaliados os preços de bolos, bombons e barras de diversas marcas. Um tablete de chocolate com castanha-de-caju da Garoto, por exemplo, teve variação de 85,34%: custava R$ 9,99 no Pastorinho e R$ 5,39 no Carrefour. Já a caixa de bombons Favoritos, da Lacta, apresentou diferença de 54,83%: era vendida a R$ 17,79 no Pão de Açúcar e R$ 11,49 no Carrefour.
O azeite Gallo variou até 51,44%, com preço máximo de R$ 54,52 e mínimo de R$ 36.
A pesquisa estimou o custo médio de algumas receitas tradicionais do almoço de Páscoa. O preparo do bacalhau zarbo, por exemplo — que leva bacalhau, batatas, pimentões, tomates, cebolas, alho e azeite —teve custo médio de R$ 183,32 para servir de oito a dez porções.
O Procon-SP diz que os preços atuais podem ser diferentes, estando sujeitos a alteração a critério do comerciante, inclusive por meio de descontos especiais, ofertas ou reabastecimento de estoque. Além disso, lojas da mesma rede podem praticar preços diferenciados.
INTERIOR E LITORAL PAULISTA
A pesquisa em São Paulo foi realizada em supermercados das zonas norte, sul, leste, oeste e central. Além da capital, outras nove cidades foram visitadas: Santos, São Vicente, Bauru, Jundiaí, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, São José dos Campos e Sorocaba. No total, entre os dias 19 e 25 de março, foram avaliados 58 supermercados.
A maior variação de preços foi registrada na Baixada Santista: a batata lavada (kg) foi encontrada por R$ 9,99 em um local e por R$ 1,95 em outro, diferença de 412%. Em São José do Rio Preto, o mesmo produto teve variação de 402%.
Ainda em São José do Rio Preto, a maior diferença de preço entre ovos de Páscoa foi de 132% em três modelos da Lacta, vendidos por R$ 97,49 em um mercado e R$ 41,99 em outro. Em Ribeirão Preto, o ovo Kinder Ovo Maxi Natoons de 150 g foi encontrado por R$ 105,90 e R$ 49,98, variação de 111,88%.
ALTA DO CACAU
Em mais um ano, mercados e marcas enfrentam dificuldades devido à alta do cacau. Em 2024, o preço da tonelada ultrapassou os US$ 11 mil, impactando diretamente os custos de produção e refletindo no aumento dos preços dos chocolates.
Para os preços de chocolates em barras e bombons, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) registrou uma inflação de 11,99% nos 12 meses de 2024. Em março deste ano, a inflação para os produtos foi de 0,64%.
Entre os motivos que explicam a alta nas cotações estão as colheitas ruins na África Ocidental em 2023, principalmente na Costa do Marfim e em Gana, países que produzem cerca de dois terços do cacau mundial. Neste ano, a expectativa é de que as colheitas nos dois países sejam melhores.
RECOMENDAÇÕES
Segundo o Procon-SP, na hora de comprar, o consumidor deve considerar também a relação custo-benefício do deslocamento até um estabelecimento que ofereça produtos mais baratos que os da sua região. Também é importante avaliar a comodidade e a segurança de comprar em lojas com estacionamento ou localizadas em shoppings.
É recomendado exigir a nota fiscal no ato da compra e ficar atento ao prazo de validade, à composição e ao peso líquido do produto.
O órgão também apresenta recomendações para produtos específicos:
Ovos de Páscoa
- Aqueles que trazem brinquedos devem apresentar em sua embalagem a frase “Atenção: contém brinquedo certificado no âmbito do Sistema Brasileiro da Avaliação da Conformidade”. É obrigatória a indicação de faixa etária ou, se for o caso, frase que informe que não existe restrição de idade.
- O brinquedo deve ter o selo do Inmetro em sua embalagem, identificação do fabricante, importador, instruções de uso e de montagem, e de eventuais riscos que possam apresentar à criança.
Peixes frescos
-
Devem estar conservados em gelo. No supermercado, devem estar em balcão frigorífico e na feira, é necessário ter gelo picado por cima, estar exposto em balcão de aço inox inclinado e protegido do sol e de insetos, além de ser obrigatório que o feirante use luvas descartáveis.
Peixes congelados
-
O balcão onde estiverem armazenados não pode estar superlotado, pois isso impede a circulação do ar frio e compromete a qualidade. O produto deve estar conservado sempre a temperaturas inferiores a -18 °C, e o resfriado, abaixo de 0 °C.
-
Na embalagem deve constar: peso líquido, identificação do país de origem e do produtor, lote, registro no órgão de fiscalização competente, indicação de temperatura para conservação, data de acondicionamento e prazo de validade, além do carimbo do Serviço de Inspeção Federal.