Oficialmente, a data de 17 de março é o dia para celebrar o St. Patrick’s Day. Deve ser o dia em que mamãe mais se orgulha da minha criação católica, pois é um dos santos que aprendi a não esquecer.
E, como se sabe, é a principal desculpa para pedir aquele chope Guinness sem conflito nos principais pubs e bares cervejeiros em várias cidades, basicamente, qualquer uma entre São Paulo e Dublin.
Quando este humilde escriba disse Guinness, ele quis dizer uma boa dry stout. Isso porque é mais fácil comprar um ingresso para o show do Oasis do que encontrar uma Guinness no bar. Se encontrar, será em lata, o chope sumiu, ninguém viu. Algo que já aconteceu no ano passado.
O problema, aparentemente, deixou de ser local. Em dezembro de 2024, uma reportagem da AFP de Londres, republicada nesta Folha, chamava a atenção para a escassez do famoso chope escuro nos pubs londrinos —e, veja bem, existem mais pubs em Londres do que Oxxo no México.
O texto dizia que a Diageo —dona da marca—, anunciou que enfrentava uma “demanda excepcional dos consumidores” e que a entrega estava sendo racionada.
Como temos escritório da Diageo por aqui, fui atrás de algumas respostas, meio desanimado. Se está faltando no Reino Unido, imagine aqui.
Mandei algumas perguntas no dia 26 de fevereiro. Imbuída do espírito carnavalesco, a Diageo só conseguiu enviar uma resposta no dia 12 de março.
Eram questões simples, como “teremos Guinness nos taps dos pubs no próximo St. Patrick’s Day?” ou “outro importador pode trazer a Guinness ou dependemos da Diageo?”.
Depois de se debruçar nas perguntas —imagino reuniões entre vários executivos—, a Diageo enviou a resposta em três parágrafos. O primeiro falava sobre o “posicionamento da marca”.
O segundo era o melhor: “No Brasil, os apreciadores de Guinness podem encontrar o produto no Sam’s Club e, em breve, teremos novidades para os brasileiros fãs da marca”.
Fui no Sam’s. Não tinha.
E o terceiro parágrafo aponta para a real preocupação da empresa. “Atualmente, temos uma estratégia de desenvolvimento da categoria de destilados e drinques prontos para o consumo.”
Assim, é possível supor com alguma segurança que a importadora não está preocupada com o próximo St’ Patrick’s Day.
Mas o querido amigo que contempla a data católica não precisa se preocupar. Habemus opções.
No Empório Alto dos Pinheiros, o EAP (@eapsp), a lista de ótimas dry stouts inclui a Black Heart, da Brewdog, a Salvador Duffin e uma da Ohara’s. Há também drinques e, para comer, irish stew e a stout pie. Tudo até segunda (17).
No Esconderijo (@esconderijo.juancaloto), das cervejas Juan Caloto, o ritmo irlandês ganha uma mistura de velho oeste, com shows de música country americana. Os 15 primeiros de cada dia ganham um “welcome shot” batizado de catuaba irlandesa.
No O’Malley’s (@omalleysbar), pub que mais se dedica ao santo dia, há festival com música típica irlandesa até o dia 17. O bar avisa que terá promoções e venda de kits personalizados —que incluem camiseta, ou boné, três cervejas (com o chope verde da Heineken), cartolas e bottons.
Eu vou celebrar com uma Wexford Irish Cream que está na geladeira. Cheers.
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